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O RESTAURO DE CERÂMICA

A restauração de azulejos antigos, bem como o restauro de cerâmica em outros suportes, obedece às mesmas regras de mínima intervenção e reversibilidade aplicáveis a todo e qualquer suporte artístico.

 

Embora a técnica de fabricação tenha se firmado na Espanha e na Holanda, foi em Portugal que os centros cerâmicos alcançaram um enorme desenvolvimento, sendo utilizado como ornamentação em fachadas, revestimento em edificações e como painéis em conventos e mosteiros com o propósito de retratar cenas bíblicas.

 

Restaurar azulejos antigos requer uma análise pormenorizada de toda a obra, e de cada peça que a compõe. Deve-se avaliar o estado de conservação e a as possíveis perdas de matéria de cada um dos azulejos, para que se possa definir os procedimentos de restauro em conformidade com as necessidades de cada placa de cerâmica em particular.

Antes de depois de restauro em painel de ladrilhos hidráulicos

Restaurar cerâmica danificada inclui os procedimentos de limpeza, que podem ser químicos ou mecânicos, a remoção ou substituição de argamassa excedente ao suporte artístico, bem como a reconstituição pictórica dos elementos visuais de cada componente. Os azulejos seriamente danificados apresentam fissuras em sua superfície, além de desprendimento do vidrado presente em seu anverso. Para esse tipo de restauro, utilizam-se materiais compatíveis e reversíveis, próprios da área de restauro, sendo possível combiná-los com produtos de outros segmentos, mas que respondem muito bem às expectativas de conservação e restauração de cerâmica. Conhecer a natureza, e o processo de fabricação desse suporte é extremamente útil ao trabalho do restaurador, que baseado em informações acerca do processo de cozedura e tipos de argila que compõem a pasta cerâmica pode realizar escolhas com menor potencial invasivo.